Vertebrados - Clado Amphibia

29/10/2020

INTRODUÇÃO

Surgiram no planeta Terra há cerca de 400 milhões de anos e são os vertebrados terrestres com o maior número de estratégias de sobrevivência e reprodução. Tornaram-se os primeiros vertebrados a habitarem o ambiente terrestre, desenvolvendo uma série de modificações morfológicas e comportamentais que permitiram a ocupação do novo ambiente. Respirar o ar atmosférico, proteger-se da desidratação e adquirir uma forma de locomoção terrestre foram as novas adaptações adquiridas. Anfíbios são vertebrados cuja característica fundamental é o desenvolvimento na fase larvária em meio aquático e na fase adulta em meio terrestre. Vivem em água doce, entretanto há duas exceções: a rã comedora de caranguejos, que vive em ambiente marinho, e a rã-aguadeira, do Deserto Australiano.

CARACTERÍTICAS GERAIS DOS ANFÍBIOS

  • A maioria dos anfíbios possui 4 membros pentadáctilos para locomoção em terra (os gimnofionos como a Caecilia, são ápodos, por involução das patas, como uma adaptação aos seus hábitos de vida em buracos no solo);
  • Pele úmida e lisa, glandulífera e sem escamas externas, apta para a respiração cutânea (que nos anfíbios torna-se mais importante que a respiração pulmonar);
  • Dentes pequenos e esqueleto em grande parte ossificado;
  • São pecilotérmicos;
  • Coração com 3 cavidades: duas aurículas ou átrios e um ventrículo. O sangue arterial, que entra na aurícula esquerda, e o sangue venoso, que chega a aurícula direita, vão se juntar ao nível do ventrículo único. Por isso a circulação destes animais é dita fechada, dupla, porém incompleta;
  • Presença de entalhe ótico, resultado do desaparecimento do opérculo que nos peixes protege as brânquias. 

CLASSIFICAÇÃO DOS ANFÍBIOS

ANUROS (do grego an= prefixo de negação; uros = cauda): anfíbio sem cauda, como sapos, rãs e pererecas.

Também são conhecidos por batráquios (denominação antiga da ordem dos anuras). Seu corpo é dividido em cabeça tronco e membros. Possuem cauda somente na fase larval.

Os anuros são um grupo de anfíbios que não possuem cauda e possuem estrutura de esqueleto adaptada para locomoção aos saltos. A diversidade de anuros é enorme e está presente em todos os continentes. Existem anuros adaptados à vida aquática e terrestre. Todos são carnívoros, em geral utilizam a visão para a detecção da presa. Possuem uma grande variedade de estratégias reprodutivas, que vão desde o desenvolvimento direto dos girinos, que nascem após dez dias, e que depois de uma série de metamorfoses transformam-se em sapos.

O termo perereca é usado para indicar somente anfíbios anuros dotados de discos adesivos (aderentes), as ventosas, nas pontas dos dedos. 

ÁPODES (do grego a= prefixo de negação; podós = perna ou pata): anfíbio sem pata, como as cobras-cegas e cecílias.

São anfíbios, vermiformes, que não têm membros e que vivem enterradas. Em decorrência, seus olhos são muito pequenos e usam receptores químicos para detectar suas presas. Podem ser aquáticas ou terrestres, mas todas respiram através de pulmões.

Alimentam-se de presas alongadas como minhocas, vermes, larvas de insetos e provavelmente também de peixes pequenos. As cecílias são encontradas em regiões tropicais. No Brasil existem espécies aquáticas na Amazônia e terrestres por grande parte do território. São difíceis de encontrar, pois vivem em locais úmidos, enterradas no solo.

Os machos desse grupo possuem um órgão reprodutor chamado de falodeu, assim a fecundação nas cecílias é interna. Algumas espécies de cecílias são ovíparas e outras vivíparas, no caso das ovíparas as fêmeas cuidam dos ovos até o nascimento.

URODELOS (do grego uros =cauda; delos = visível): anfíbio com cauda na fase adulta, como as salamandras e tritões.

Os urodelos têm corpo com formato alongado e possuem cauda. Possuem quatro membros (patas curtas), que usam para se locomover, apresentando a capacidade de regeneração de cauda e membros. Grande parte das espécies possui corpo pequeno (entre 30 cm e 50 cm de comprimento). Apresentam fertilização externa (maioria das espécies) ou interna.

Habitam regiões de bosques (principalmente sob rochas e tocos), embora muitas espécies possuam vida aquática. São encontrados na Europa, Ásia (região central e sudeste), Estados Unidos, México, América Central, e floresta amazônica.

SISTEMA DIGESTÓRIO

A digestão dos anfíbios é processada no estômago e no intestino. Embora possam ter duas fileiras de dentes, os anfíbios não mastigam suas presas. A língua bem desenvolvida é usada na captura de insetos, que é envolto em um muco que o lubrifica, facilitando sua passagem no tubo digestivo.

Na fase adulta, que ocorre no ambiente terrestre, os anfíbios são carnívoros. Alimentam-se de minhocas, insetos, aranhas, e de outros vertebrados. Possuem estômago bem desenvolvido, intestino que termina em uma cloaca, glândulas como fígado e pâncreas. Seu sistema digestório produz substâncias capazes de digerir a "casca" de insetos.

Os anfíbios fazem a sua excreção através dos rins, e sua urina é abundante e bem diluída, isto é, há bastante água na urina, em relação às outras substâncias que a formam. 

SISTEMA CIRCULATÓRIO

Os anfíbios têm circulação fechada (o sangue circula dentro dos vasos). Como ocorre mistura de sangue venoso (rico em gás carbônico) e arterial (rico em oxigênio) a circulação neste grupo de animais é do tipo incompleta. O coração dos anfíbios é dividido em três cavidades: dois átrios ou aurículas e um ventrículo

SISTEMA REPRODUTOR

O lugar para a reprodução dos anfíbios varia entre as espécies. Pode ser uma poça transitória formada após uma chuva , um rio, lago ou um açude. Há também os que procriam na terra, desde que seja bem úmida. A reprodução é sexuada, geralmente com fecundação externa, onde a fêmea elimina os óvulos na água e o macho despeja os espermatozoides sobre eles.

Os embriões se desenvolvem em forma de larvas, que passam pela metamorfose, originando os adultos.

Nas salamandras, a fecundação é interna e não se observa a presença de um órgão responsável pela cópula. O que se vê é a transferência do espermatóforo (pacote contendo espermatozoides) do macho para a fêmea. Algumas espécies de salamandra desovam na água, enquanto outras desovam na terra. Algumas espécies apresentam fase larval e outras não. Algumas espécies de salamandra são vivíparas.

SISTEMA RESPIRATÓRIO

As trocas gasosas  dependem do ambiente e podem ocorre por meio dos pulmões na fase adulta e brânquias durante a fase aquática, na fase de girino.

A respiração desses animais também pode ser feita através (respiração cutânea), que é possível porque os anfíbios têm a pele constantemente úmida, o que permite que o oxigênio passe do ambiente para o corpo do animal e o gás carbônico faça o caminho inverso.

A umidade na pele é garantida por glândulas especiais, espalhadas pela superfície do corpo, que produzem muco. Por esse motivo os anfíbios são extremamente dependentes de ambientes úmidos. Há uma estrutura chamada de bucofaringe, que também podem realizar trocas gasosas.

EXERCÍCIOS

1) Nas rãs, os papéis relativos da pele e dos pulmões na respiração se modificam de acordo com a época do ano. Analise a figura a seguir, que mostra a captação de oxigênio por esses dois órgãos ao longo do ano, no hemisfério norte, e assinale as alternativas corretas:

01. Nos meses frios (dez/jan/fev) a captação de oxigênio é baixa e a pele capta mais oxigênio do que os pulmões;

02. no período de março a outubro, o consumo de oxigênio é mais alto e a captação do oxigênio através dos pulmões aumenta várias vezes e excede a que ocorre através da pele;

04. a captação de oxigênio através da pele é mantida praticamente constante ao longo do ano;

08. a captação de oxigênio pelos pulmões nos meses de janeiro e dezembro é, em termos de massa corpórea, cerca de 40ml de oxigênio/kg.h;

16. entre os meses de abril e maio, a captação total de oxigênio pelas rãs atinge seu valor mínimo.

Soma: 23

2) Descreva a circulação dos anfíbios. Qual a consequência de uma circulação fechada e incompleta?

O sistema circulatório dos anfíbios é do tipo fechado (sangue não sai dos vasos) e incompleto, pois o sangue venoso (rico em CO2) se mistura com o sangue arterial (rico em O2). A principal consequência disso é a mistura dos dois tipos de sangue entre as três cavidades do coração, que faz com que o sangue venoso percorra o caminho "destinado" ao sangue arterial e vice-versa, que torna a respiração menos eficiente.

3) Faça uma tabela comparando Peixes cartilaginosos, Peixes ósseos e Anfíbios, quanto: habitat, esqueleto, sistema circulatório, sistema respiratório, deslocamento no meio ambiente, reprodução. 

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